quinta-feira, 21 de maio de 2009

Audiência pública enfatiza importância do diploma específico em Jornalismo

Durou aproximadamente duas horas a audiência pública que promoveu um debate sobre a obrigatoriedade do diploma específico em Jornalismo para o exercício da profissão, que reuniu nesta segunda-feira, na Assembleia Legislativa, jornalistas, professores e estudantes universitários, além de representantes do Ministério do Trabalho, Associação Juízes para a Democracia, Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio, Fórum Nacional dos Professores e Fenaj.

No final da audiência, o deputado Paulo Ramos (PDT) propôs a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Qualificação Profissional. Iniciativa do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio, a audiência pública foi coordenada pela Comissão de Trabalho, Legislaà §ão Social e Seguridade Social da Assembleia, que é presidida por Ramos.

Os argumentos favoráveis à exigência do diploma relacionaram-se com a importância da qualificação profissional e da liberdade de expressão. Leonel Aguiar, coordenador de Comunicação da PUC, lembrou que o “maior perigo” está no fato de existir instituições organizadas para combater a obrigatoriedade do diploma. “Elas exercem grande influência sobre estudantes, professores e jornalistas. Por isso, é necessário trabalhar melhor para dentro”, enfatizou.

A desregulamentação da profissão permitirá que qualquer pessoa exerça a atividade jornalística, dando aos veículos de comunicação o poder de decidir quem será jornalista, segundo Suzana Blass, presidente do Sindicato do Jornalista do Rio. Na sua opinião, a exigência do diploma não ameaça a liberdade de expressão, que se expressa na opinião de inúmeros colunistas sobre os mais var iados assuntos. “Abrir mão da regulamentação e da profissionalização do jornalista representa abrir espaço para a manipulação de informações com base em interesses econômicos, políticos e outros.”

Para Ernesto Viana, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio, a luta contra o diploma é uma campanha orquestrada por organismo patronal como a SIP (Sociedad Interamericana de Prensa) e até a OEA (Organização dos Estados Americanos). No Brasil, visa favorecer a desregulamentação de muitas profissões, como a de professor. “Eles querem aviltar a profissão e estagnar salários”, disse.

Em nome da Associação Juízes para a Democracia, o juiz de direito João Damasceno também fez um alerta favorável à qualificação: “Se a qualidade do jornalismo pode estar vinculada aos interesses de quem comanda a empresa de comunicação ou a gerência do departamento comercial, sem a qualificação dos profissionais de imprensa a notícia pode ser muito pior.”

Depois de fazer um histórico sobre a luta pela regulamentação da profissão e criticar o monopólio dos meios de comunicação, a jornalista Beth Costa, da direção da Fenaj, disse que a obrigatoriedade do diploma democratizou o acesso à profissão e não o contrário, como argumenta a oposição. “Antes, a pessoa tinha que trabalhar para dizer que era jornalista”, lembrou.

Suzana Blass lembrou ainda que uma pesquisa nacional do Instituto Sensus revelou que 74,3% dos brasileiros concordam que o jornalismo deve ser exercido por profissionais com formação específica.

Fonte: site do SJPMRJ

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